terça-feira, 29 de março de 2016

Maestro João Paulo Carneiro Pinto


    Goiana PE Pernambuco Brasil 26 de junho de 1854 + Petrópolis Rio de Janeiro Brasil 10 de setembro de 1923

O texto abaixo encontra-se na página História e Cultura de Goiana, criada pelo pesquisador amigoEmanuel Cabral:

"Falando um pouco da musica goianense, irei falar desse excelente músico goianense, o maestro paulo carneiro, na obra Maracatus do Recife Guerra-Peixe dedica essa obra a esse mestre da musica, fundador da escola de musica santa cecília em petrópolis.

Um pouco da sua biografia: João Paulo Carneiro Pinto nasceu em 26 de junho de 1854, em Goiana, Pernambuco. Foi para Recife, rapaz, onde cursou a Escola Santa Cecília, mais tarde veio para o Rio de Janeiro, aperfeiçoar seus estudos de música. Em 1890 veio a Petrópolis para ensinar música às filhas do Barão de Araújo Maia, passando o verão como professor de outras famílias, resolvendo ficar em definitivo na cidade de Petrópolis. Aqui organizou um curso particular para crianças carentes de recursos, ao qual denominou “Escola de Música Santa Cecília”. A 16 de fevereiro de 1893 a escola foi instalada com 34 alunos matriculados e o Maestro foi envelhecendo com ela, até a sua morte em 10/09/1923.
      
   

   De beleza simples, encontra-se na praça que leva seu nome o MONUMENTO EM HOMENaGEM AOS 100 ANOS DE SEU NASCIMENTO. Parabéns Petrópolis pelo respeito a este goianense que a cidade abraçou.



                                                        MÚSICA, ESTUDOS E CONQUISTAS


A ESCOLADE BELAS ARTES onde abrigou o CONSERVATÓRIO NACIONAL (1855-1872) instituição musical onde João Paulo Carneiro Pinto matriculando-se e foi onde se destacou como um dos primeiros alunos, recebendo medalha de prata e a Grande Medalha de Ouro que lhe foi entregue pessoalmente pelo Imperador D. Pedro II. Participou, desde então, de grandes orquestras sendo exímio violinista e spalla.





                                                                 DO RIO A PETRÓPOLIS

Cláudio Velho da Mota Maia, barão, visconde e conde de Mota Maia (Itaguaí, 14 de abril de 1843 — Juiz de Fora, 7 de novembro de 1897) foi um médico e professor brasileiro.
   Filho de Manuel Domingos Maia e Maria Isabel Velho da Mota Maia, casou-se com Maria Amália Cruz Viana.
Formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, recebeu do Governo Imperial, em 1875, uma bolsa na Faculdade de Medicina de Paris. Foi professor de Medicina Operatória na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, de Anatomia Topográfica, Operações e Aparelhos, também professor de anatomia e fisiologia na Academia de Belas Artes.
Foi um dos encarregados da reforma do ensino de medicina, em 1878, que adotou o modelo germânico em substituição ao francês, propondo o ensino prático e livre, favorecendo o ensino farmacêutico.
Em 4 de maio de 1880, foi nomeado médico da Casa Imperial. Foi amigo pessoal de D. Pedro II, a quem, após a Proclamação da República, acompanhou no exílio até a morte do imperador, em Paris.
Agraciado barão em 6 de fevereiro de 1886, visconde, em 20 de junho de 1887 e conde em 8 de agosto de 1888, era comendador da Imperial Ordem de Cristo.
Os documentos por ele reunidos estão hoje no Museu Imperial em Petrópolis, sob o título de Coleção Mota Maia. É patrono da cadeira 23 da Academia Nacional de Medicina, foi sócio do IHGB.
Quando o imperador Dom Pedro II começou a sentir os primeiros sintomas da diabetes, requisitou a presença constante do Conde Mota Maia como seu médico particular. Foi então que se mudou com sua família e o professor de piano de suas filhas João Paulo Carneiro Pinto para Petrópolis.


                                            A ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA

Aqui no antigo HOTEL BRAGANÇA o maestro João Paulo Carneiro Pinto morou e iniciou a ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA. A 16 de fevereiro de 1893 a escola foi instalada com 34 alunos matriculados. Segundo consta, o hotel não existe mais.








                                             ALUNOS ILUSTRES DELE E DE SUA ESCOLA 

   A já citada ESCOLA DE MÚSICA SANTA CECÍLIA criada pelo goianense João Paulo Carneiro Pinto, beneficiou imensamente a música brasileira. Por lá passaram grandes nomes de nossa música, entre os quais três se destacam:
A primeira ilustre foi  Magdalena Maria Yvonne Tagliaferro, mais conhecida como Magda Tagliaferro (Petrópolis19 de janeiro de 1893 – Rio de Janeiro9 de setembro de 1986) foi uma pianista brasileira e francesa, considerada uma das grandes do século XXeu nome brilha ao lado de artistas como Arthur RubinsteinVladimir HorowitzClaudio ArrauAntonieta Rudge,Guiomar Novais e Marguerite Long. A pianista impôs uma nova concepção de sonoridade feminina no teclado. Exímia intérprete, tornou-se uma referência interpretativa. Foi um símbolo da arte de tocar piano, uma personalidade de energia contagiante, um talento exuberante. Desde sempre foi reverenciada pela crítica. Desenvolveu uma brilhante carreira artística, sem nunca esquecer da missão pedagógica. Segundo ela, não há gênio no mundo que resista à falta de estudo. Magda foi não só foi aluna da escola, mas do maestro João Paulo Carneiro Pinto.

Outra figura ilustre que foi não só aluno mais também  professor da Escola de Música Santa Cecília foi este jovenzinho de violino que depois o mundo ficaria conhecendo como o grande compositor César Guerra-Peixe.
César Guerra-Peixe (Petrópolis18 de março de 1914 — Rio de Janeiro26 de novembro de 1993) foi um compositor  arranjador e estudioso da música brasileira
   No livro MARACATUS DO RECIFE de César Guerra-Peixe encontramos a seguinte dedicatória do autor:
“À memória de meus pais portugueses que se abrasileiraram sob os influxos da nova terra.
À memória do maestro Paulo Carneiro, nascido em Goiana, Pernambuco, e morto em Petrópolis, Estado do Rio, onde fundou a Escola de Música Santa Cecília. Nesta instituição “sui-generis” que data de 1893, a população pobre da cidade encontra onde estudar gratuitamente. Minha Gratidão”


E por último o amigo e grande compositor  Ernani Aguiar. Ernani Henrique Chaves Aguiar nasceu em 1950, sicistas de maior atividade atualmente no Brasil, como compositor, regente, professor e pesquisador. 

Estudou no Brasil com Paulina d'Ambrosio e Santino Parpinelli (violino e viola), César Guerra-Peixe(composição) e Carlos Alberto Pinto Fonseca (regência). No conservatório "Cherubini" de Firenze (Itália), estudou com Roberto Michelucci (violino), Annibale Gianuario (regência) e Franco Rossi (música de câmara). Fez cursos de aperfeiçoamenro em regência com Adone Zecchi e Giuseppe Montanari, na Itália e, na Alemanha, com Sergiu Celibidache. 

Em 1970, aperfeiçoou-se em música de câmara no Mozarteum de Buenos Aires, Argentina. No ano seguinte, fez cursos de harmonia e canto coral na Escola de Música Santa cecília em Petrópolis, Em 1974 e 1975, freqüentou o Curso Nacional de Canto Coral em Ravena, Itália.


                                                                             O ACADÊMICO

    Os dados abaixo são da ACADEMIA PETROPOLITANA DE LETRAS que me deixaram muito comovido com os detalhes sobre o maestro:
"João Paulo Carneiro Pinto, o grande maestro nascido em Goiana, Pernambuco a 26 de junho de 1854, fundador da Escola de Música Santa Cecília a 16 de fevereiro de 1893, foi dos mais entusiasmados fundadores da Academia Petropolitana de Letras, comparecendo às reuniões e dela participando ativamente até seu falecimento em 10 de setembro de 1923. Em sua pequena cidade natal, aprendeu música com o pai, regente da banda local; em seguida aprimorou estudos em Recife, no Centro de Ciências e Artes. Veio para o Rio de Janeiro, matriculando-se no Conservatório de Música, onde se destacou como dos primeiros alunos, recebendo medalha de prata e a Grande Medalha de Ouro que lhe foi entregue pessoalmente pelo Imperador D. Pedro II. Participou, desde então, de grandes orquestras sendo exímio violinista e "spalla". Lecionou para as crianças de famílias nobres e, no início da última década do século XIX, subiu para Petrópolis acompanhando a família Motta Maia, como professor das meninas. Aqui, apaixonado pela musicalidade de tudo, resolveu estabelecer-se com uma sala para ensino de crianças vocacionadas para a música, criando a Escola de Música Santa Cecília, tornada por sua dedicação e competência uma feliz referência de qualidade e atuação marcante na cidade. Até falecer esteve à frente de tudo, soberbamente coadjuvado por professores leais e amigos, estabelecendo sua Escola nas dependências do Hotel Bragança. Participou de solenidades, concertos, audições e, para complementar o sustento da atividade, recebia pensões anuais da Municipalidade, primeiro da Câmara Municipal e, em seguida, da Prefeitura instalada a partir de 1916, já que nada cobrava dos alunos de pequenas posses pecuniárias. Vivia no Hotel Bragança modestamente, festejado e admirado por toda a cidade. Deixou um marco e hoje é referência de tenacidade e amor pela arte musical, além de ser recordado como homem de sentimentos puros e de grande capacidade de trabalho. Ao falecer só dispunha de alguns instrumentos musicais e modestos objetos de uso pessoal, quase tudo doado pelo filho Sanctino aos continuadores da obra do maestro. Coube à Associação Petropolitana de Ciências e Letras, a nossa hoje Academia, realizar o féretro e, mais tarde, encabeçar a campanha pelo mausoléu do grande e querido professor e maestro. Quem se dispuser a uma pesquisa histórica na imprensa da cidade há-de encontrar o maestro Paulo Carneiro no noticiário diário, sempre em atividade e colaborando em todas as atividades culturais com sua participação direta e de seus alunos, com os quais montou pequena orquestra. Sua memória e, mesmo, culto respeitoso, tornou-se possível e eterna graças aos amigos aos quais legou a Escola de Música: Reynaldo Chaves, Walter Echkardt, José Wendling, Luiz Reynaud, André Tannein, Oscar Monteiro Lázaro e Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos, que a perpetuaram, tornaram-na sociedade civil e que hoje, centenária, é um dos orgulhos da Cultura Petropolitana."

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